Curso Internacional de Formação Permanente na Ordem do Carmo
Aconteceu de 06 a 16 de Outubro de 2024 em Nimega/Holanda e Dachau/Alemanha o curso de Formação permanente na Ordem do Carmo com o Tema: São Tito Brandsma: Carmelita, Professor Jornalista e Mártir. A primeira versão deste curso ocorreu em 2018 para os frades estudantes da Ordem. Nesta segunda edição, estiveram reunidos no Memorial Tito Brandsma em Nimega cerca de 35 frades de votos solenes de todo o mundo e três irmãs de duas congregações afiliadas à Ordem, a saber, as Carmelitas Missionárias de Santa Teresinha, representadas pela sua Madre Geral, irmã Lilian Kapongo e pela postuladora geral da congregação, a Irmã Giuseppina Campanella, como também a Irmã Reni, do Instituto de Nossa Senhora do Carmo. Do Brasil estiveram presentes o Frei William Barbosa, da Província Fluminense e o Frei Genildo de Queiroz, da Província Pernambucana.
O encontro aconteceu de forma dinâmica e criativa, intercalando estudo, visita aos lugares relacionados à atuação do santo, oração e momentos de reflexão pessoal. Na primeira parte do curso, ajudando no aprofundamento do tema, estiveram presentes o Prior Geral da Ordem Miceál O’Neill (virtualmente, uma vez que estava em visita no Quênia); o vice Geral, Benny Phang; o ex- geral Fernando Millan, Sany Bruijns, Anne Marie e Hettie da Província holandesa. De forma clara e profunda os assessores expuseram a vida, a espiritualidade e ministério pastoral de Tito Brandsma nas suas mais diversas áreas de atuação. Destacaram como Tito empenhou-se durante toda a sua vida em divulgar a espiritualidade carmelita e revigorar o espírito robusto do Carmelo na Holanda e no mudo, e ofereceu extraordinária contribuição na área da educação e do jornalismo, além de sua incansável luta por unidade, justiça, paz e promoção da dignidade humana na Europa do seu tempo. Sem perder a gentileza e a alegria que eram próprias do seu caráter, Tito Brandsma enfrentou com firmeza o regime totalitário nazista até ao ponto de entregar a sua vida como mártir pela fé e pela liberdade de expressão no campo de concentração de Dachau.
A segunda parte do encontro constituiu-se pela peregrinação seguindo os passos de Tito Brandsma nos diversos lugares onde viveu, atuou e sofreu o seu martírio. Na cidade de Nimega, começou-se pelo próprio memorial Tito Brandsma com uma visita às exposições do Santo e à praça do memorial, onde estão a tocha mundial da paz, reunindo chamas trazidas dos cinco continentes e a monumento em forma de uma chaminé, que recorda a morte de Tito como mártir em Dachau. Seguiu-se a visita pela casa onde Tito inicialmente viveu quando chegou em Nimega e o lugar da comunidade Carmelita que ele fundou na cidade, que não mais existe por ter sido destruída em um bombardeio durante a II Guerra Mundial.
Indo além de Nimega, foi visitada a prisão de Scheveningen, atualmente denominado hotel laranja, onde Tito passou por duas vezes desde que foi preso pela Gestapo, e a comunidade de Boxmeer, onde fez o seu noviciado. No dia seguinte foi visitada a prisão de Amersfoort, onde Tito ficou a maior parte do seu tempo de prisão e a comunidade de Oss, onde atuou pastoralmente por um período de tempo. Finalmente, depois do dia livre no Domingo, os participantes seguiram, na Segunda Feira, para Dachau, na Alemanha, numa viagem de mais de 700 km de ônibus. Depois de uma breve pausa na Comunidade de Mainz/Alemanha, onde o grupo foi muito bem recebido, almoçou e celebrou a Eucaristia, seguiram viagem, chegando à Dachau à noite. O encontro encerrou-se na Terça-Feira, 15 de Outubro, com a visita ao campo de concentração e ao mosteiro das Irmãs Carmelitas descalças, localizado atrás do campo. Com elas houve partilha de experiências e celebração da Eucaristia, comemorando a festa de Santa Teresa de Jesus. O encontro encerrou com um jantar festivo em um restaurante próximo ao hotel e o sentimento de ter vivido experiências profundas, fortalecido laços de fraternidade e a esperança de que ninguém mais precise passar pelo sofrimento e a degradação humana que aconteceu com Tito e milhões de seres humanos durante a II Guerra Mundial. Como está escrito no memorial monumento à entrada do Campo de Dachau:
לעולם לא שוב
Plus jamais
Never again
Nie Wieder
НИКОГДА БОЛЬШЕ
Nunca mais
Por Frei Genildo de Queiroz, O.Carm.