“Como irmão de Nossa Senhora do Carmo, quisera conduzir à terra bendita do Carmelo todos quantos comigo amam e veneram a Maria qual Mãe, a fim de que pelas mãos da “Mãe e Esplendor do Carmelo” cheguem à mais íntima união com Deus, união esta que é a finalidade da vida contemplativa no Carmelo. “Eu vos introduzi na terra do Carmelo, para que saboreásseis os seus frutos e os seus bens” (Jr 2,7).

Outrora – há quase mil anos – partiam rumo à Terra Santa os cruzados com o objetivo de reconquistá-la para Jesus Cristo, de restaurar o culto e de recuperar para a Igreja os Lugares Santos, cercando-os novamente do primitivo brilho e esplendor.

Cruzados somos nós também. Também nós queremos reconquistar para Cristo Jesus a Terra Santa, que no passado lhe pertencia, não a Terra que se acha além-mar, mas a terra santa de nossa alma, o jardim do nosso coração, que uma vez foi consagrado a Cristo e é sua propriedade, mas por causa da nossa frieza, foi invadido por um sem-número de inimigos da Cruz de Cristo, sufocado por ervas daninhas, de modo a não ser já o recanto privilegiado em que o Senhor põe sua complacência. Oxalá nos anime o mesmo entusiasmo que animava os cruzados a se colocarem inteiramente ao serviço do seu ideal, após abandonarem tudo!

Maria, a mais excelsa criatura que Deus mesmo nos deu como exemplo, se mostra a nós como modelo de todas as virtudes. É o espelho no qual devemos sempre nos olhar, a Mãe qual os filhos devem assemelhar-se sempre mais.

Filipe Ribot oferece uma breve descrição da Regra da Ordem e afirma que o carmelita, para observá-la, deve simplesmente olhar para o exemplo da Virgem Maria. Ele considera que a nossa Ordem merece com pleno direito o título de Ordem dos Irmãos da Bem-aventurada Virgem Maria, já que Maria, antes de nós, praticou tudo quanto está prescrito na Regra.

Todos os fatos da vida de Maria são descritos de modo a demonstrar ao carmelita que, observando a Regra, não faz outra coisa senão seguir fielmente a vida de Maria.”