Canonização das Carmelitas de Compiègne
Vatican News1
Durante a audiência concedida, nesta quarta-feira (18/12), ao prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, o Papa Francisco aprovou os votos favoráveis da Sessão Ordinária dos Cardeais e Bispos, Membros do Dicastério, e decidiu estender a toda a Igreja o culto à Beata Teresa de Santo Agostinho, no século, Maria Madalena Claudia Lidoine, e 15 companheiras da Ordem das Carmelitas Descalças de Compiègne, mártires, mortas por ódio à fé durante a Revolução Francesa, em 17 de julho de 1794, em Paris, França, inscrevendo-as no catálogo dos Santos, Canonização Equipolente, uma prática iniciada por Bento XIV com a qual o Papa estende o culto de um servo de Deus ainda não canonizado a toda a Igreja por meio de um decreto. A Beata Teresa de Santo Agostinho e suas companheiras são agora santas.
A Comunidade de Compiègne foi a quinquagésima terceira fundação da ordem na França, que ocorreu após a chegada ao país da Beata Ana de Jesus, discípula de Santa Teresa de Ávila. Com a eclosão da Revolução, membros do Comitê de Saúde Pública local foram ao convento para induzir as religiosas a abandonar a vida religiosa. Elas se recusaram e, quando – entre junho e setembro de 1792 – os episódios de violência aumentaram, seguindo a inspiração da priora, irmã Teresa de Santo Agostinho, todas se ofereceram ao Senhor como um sacrifício para que a Igreja e o Estado pudessem encontrar a paz.
Expulsas do mosteiro, separadas e vestidas com roupas civis, elas continuaram sua vida de oração e penitência, embora divididas em quatro grupos em várias partes de Compiègne, mas unidas por correspondência, sob a direção da superiora. Descobertas e denunciadas, em 24 de junho de 1794, foram transferidas para Paris e encarceradas na prisão Conciergerie, onde também estavam detidos muitos sacerdotes, religiosos e religiosas condenados à morte.
As religiosas carmelitas também foram exemplares em sua prisão. Em 17 de julho, no dia seguinte à festa de Nossa Senhora do Carmo, que elas tinham celebrado na prisão entoando hinos de júbilo, as dezesseis foram condenadas à morte pelo tribunal revolucionário por, entre outros motivos, “fanatismo” relacionado à sua fervorosa devoção aos Sagrados Corações de Jesus e Maria.
Distribuídas em duas carroças, enquanto eram conduzidas para a execução, cantaram os Salmos e, quando chegaram ao pé da guilhotina, entoavam o Veni creator, renovando seus votos uma após a outra. Seus corpos foram enterrados numa vala comum, junto com os de outros condenados, no local que se tornou o atual cemitério de Picpus, onde uma placa recorda seu martírio. Elas foram beatificadas na Basílica de São Pedro por São Pio X em 27 de maio de 1906.
- https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2024-12/papa-francisco-proclama-santas-carmelitas-compiegne-martires.html ↩︎