O Senhor está para chegar!
Preparando-nos para a Celebração do Natal, primeira vinda de Cristo, e para a sua vinda gloriosa, na consumação da história, conforme ele próprio prometera, trazemos alguns extratos das obras de Santa Maria Madalena de Pazzi1 nos quais ela fala sobre a vinda do Senhor. As frases em negrito, por nós adicionadas, nos ajudam a compreender melhor sua mensagem. Disponhamo-nos, pois, a acolher o Senhor que veio, virá e vem cada dia ao nosso encontro.
O Senhor nos prepara para a sua vinda pela purificação através do Espírito Santo:
“Eis que envio o meu anjo, o qual preparará o caminho diante da minha face. E imediatamente virá ao seu templo o Senhor que vós buscais, o anjo do testamento que desejais. Ei-lo, aí vem, diz o Senhor dos exércitos”. (Mal 3,1)
Entendi que esse anjo era o amor que Deus nos envia para preparar a sua vinda. Quero dizer que, antes de vir até nós, Ele sempre nos purifica enviando-nos o seu amor, a fim de que o pecado se extinga mais facilmente em nós por um pouco do amor de Deus do que por outro caminho, e nos faz sentir interior- mente também uma certa chama e um certo calor que prepara o caminho diante do seu rosto. (Colóquios, p. 202)
Ele nos rega, na Igreja, com a vida que jorra das suas chagas:
Esta vida nos bem pelos sacramentos. Com o seu sopro, o Espírito Santo arranca as plantas da terra árida e seca e as planta no suave jardim da Igreja, onde são regadas por cinco riachos: o Verbo tornou-se fonte para regá-las. Os riachos são suas cinco chagas, e ele não as rega com água, mas com seu sangue. (Revelações, p. 720)
Ele vem habitar em nós, reinar em nós:
Assim que somos purificados por meio desse amor, ele vem a nós como ao seu templo, porque realmente somos o seu templo, como diz São Paulo: “Vós sois o templo de Deus”. Então isso significa que Jesus vem ao seu templo, que somos nós, e vem como rei porque quer reinar em nós, submeter-nos ao seu senhorio. (Colóquios, p. 202)
Ele nos embeleza e nos une a Si:
A alma que ama é toda pura, toda bela e toda bem adornada, e toda a sua glória está no Crucificado. Por isso, o Esposo, em segredo, a chama: Levanta-te, rainha amada, formosa minha e vem (Ct 2,10), porque te amo (Jo 21,17) e em ti não há mancha (Ct 4,7). Indo para ele, ela se torna toda resplandecente e esplêndida, porque recebe dele o esplendor da divindade; vestida com o manto nupcial do seu sangue. (Colóquios, p. 621)
Devemos, pois, no tempo presente, vigiar e ser fiéis às promessas feitas. Quem tem o tempo presente não espere pelo futuro. O Espírito Santo não atrasou em nada a sua vinda no momento prometido pelo Verbo. Mas o que diz o Verbo? Vigiai, porque não sabeis a hora em que nosso Senhor virá (Mt 24,42).
Por que não atrasaste nem um momento nem uma hora a tua vinda no momento em que prometeste? Porque querias que fizéssemos o mesmo e que as tuas esposas, em particular, não negligenciassem nenhuma das promessas que te fizeram. Seria melhor não ter prometido do que, uma vez prometido, atrasar. (Revelações, p. 724)

PARA REFLETIR E REZAR:
1- Jesus nos purifica. Que situações pessoais, familiares e sociais necessitam de purificação?
2- Jesus nos rega. Reconheço e valorizo os meios que Jesus deixou, pela sua Igreja, para preparar-nos para a sua vinda? Busco o sacramento da confissão, sendo verdadeiro diante do Senhor, almejando uma sincera conversão?
3- Jesus quer reinar em nós. Em que áreas da minha vida Jesus ainda não reina parcial ou completamente? E na família e sociedade, o Senhor reina?
4- Jesus nos chama à vigilância. Como ser vigilante na espera do Senhor que vem? Estou sendo fiel às promessas batismais e o que prometo a Cristo?
5- Jesus presente no pobre. O Papa Leão, em sua primeira exortação apostólica, nos chama a contemplar o mistério de Cristo presente nos pobres e a amá-lo neles. Reconheço essa presença? Como posso viver concretamente o amor aos pobres?
“O amor é sobretudo uma forma de conceber a vida, um modo de vivê-la. Assim, uma Igreja que não coloca limites ao amor, que não conhece inimigos a combater, mas apenas homens e mulheres a amar, é a Igreja de que o mundo hoje precisa.”
(Papa Leão XIV, Dilexi te, 120).
- *Maddalena di Pazzi, Cantico per l’amore non amato. I testi in italiano corrente, Edizioni Feeria, 2016. ↩︎









