Não é uma tarefa tão exigente falar de uma pessoa exemplar como a de nosso Papa Francisco, com quem rezamos, acompanhamos e crescemos no amor a Cristo, à Igreja e, especialmente, no amor aos pobres e aos marginalizados, densamente aprofundados nos últimos 12 anos completados em 13 de março deste ano, período em que esteve à frente da liderança de nossa Igreja Católica.

O fato de não reconhecer dificuldades desta sublime tarefa não se atrelaria ao aspecto simplório do mesmo, ao contrário,  trata-se da expressiva facilidade de evidenciar a figura de uma pessoa dotada de vários relevos para o mundo de hoje, destacando sua capacidade de acolhimento, de diálogo, de um incansável artesão da paz, do irrequieto na busca e defesa de uma ecologia integral sustentável, do incentivador do projeto de economia centrado no respeito ao ser humano, no cenário interno da Igreja foi um combativo insistente e conflitivo no intuito da reforma que atravessou todo seu pontificado, seja no âmbito  interno e na proposição de valores de mudanças nas relações externas da mesma.

Portanto, nestes elementos todos, eu diria: teu nome é Francisco. Francisco remonta à Evangelho, não podemos deixar de reconhecer que o nosso Francisco que partiu nos aproximou bem mais das exigências do Evangelho, sua vida e atitudes nos interrogaram e por que não assumir verdadeiramente: elas nos questionaram a ponto de dentro da mesma comunidade eclesial encontrarmos aqueles que vibravam e se alegravam com ele, e outros que o criticaram, rejeitaram forte e abertamente. Nada de diferente, Ele foi vigário Daquele que ainda continua sendo amado por todos os seus seguidores – Jesus Cristo – a quem o Papa Francisco muito amou e decididamente serviu. O discípulo não é maior e diferente que seu Mestre.

Exemplaridade é o núcleo desta minha mensagem, eu diria melhor desta homenagem, que prefiro assinalar como pascal e não funeral ou póstuma. Num mundo de tantas fragmentações, subjetivismo e cinismo mundanos, pode-se mesmo encontrar sinais de exemplaridade, seria um pleonasmo dizer “exemplo de exemplaridade”? Sendo assim, gostaria de sublinhar nesta singela homenagem algo que vai além da grandeza de o identificar como um Sumo Pontífice exemplar, um católico exemplar, e até mesmo de um cristão que muito nos inspira nos últimos tempos.

No meu olhar, baseados no esteio de vida, mas precisamente, no exigente ministério abraçado, os inúmeros valores mencionados acima, evidenciaram a capacidade de ser humano, humanizar-se, viver humanamente. Tem uma linda canção chamada de “Espelho da Perfeição”, reportada ao santo homônimo do nome por ele escolhido, que bem espelhou seu programa de vida como Papa: o jovem São Francisco…teu nome é Francisco, Papa Francisco. A canção destaca: Não, não quis saber de riquezas. Deixou tudo e se converteu. Falava com pobres, leprosos e cegos a quem ele via. O nosso Francisco honrou o nome escolhido para seu ministério e não esqueceu os mais pobres, os marginalizados e os não contados na sociedade atual.

Seu nome é Francisco, escolhendo como lugar de repouso de seus restos mortais expresso em seu testamento deixado, a lateral da Igreja de Santa Maria Maior, de sua especial devoção, ser colocado bem no chão, apenas com a inscrição Franciscus.

Descanse em paz, Papa Francisco no merecido repouso dos justos!

Frei Rogério Lima, O. Carm.

Assistente Eclesiástico da ACN/Brasil

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