A devoção a São José (Sta. Teresa de Jesus)
No Carmelo, quando celebramos São José, não podemos esquecer de uma santa que muito contribuiu para a propagação da devoção ao pai adotivo de Jesus, Santa Teresa de Jesus. Acompanhemos, a seguir, um texto extraído dos seus escritos no qual partilha algo de sua devoção e a recomenda, como um bem precioso, a outras pessoas, para que também experimentem o patrocínio deste santo intercessor.
Prestemos atenção nas três práticas que um devoto deve ter: encomendar-se a São José nas diversas necessidades da vida, render-lhe obséquios (servi-lo) e imitá-lo. Geralmente, deixamos as duas últimas a desejar como atesta Santa Teresa ao falar de si mesma. Além disso, atentemos aos dois auxílios apresentados por Santa Teresa, concedidos pela intercessão de São José: a graça de aprender a rezar e o progresso da prática da virtude.
Leiamos e meditemos o texto para que tenhamos uma adequada devoção a São José.
“Tomei por advogado e senhor ao glorioso são José, e muito me encomendei a ele. Claramente vi que desta necessidade, como de outras maiores referentes à honra e à perda da alma, esse pai e senhor meu salvou-me com maior lucro do que eu lhe sabia pedir. Não me recordo de lhe haver, até agora, suplicado graça que tenha deixado de obter.
Coisa admirável são os grandes favores que Deus me tem feito por intermédio desse bem-aventurado Santo, e os perigos de que me tem livrado, tanto de corpo como da alma. A outros santos o Senhor parece ter dado graça para socorrer numa determinada necessidade. Ao glorioso são José tenho experiência de que socorre em todas. O Senhor quer dar a entender com isto que assim como lhe foi submisso na terra, onde são José na qualidade de pai adotivo, o podia mandar, assim no céu atende a todos os seus pedidos.
Por experiência, o mesmo viram outras pessoas a quem eu aconselhava encomendar-se a ele. Hoje há muitas que lhe são devotas e experimentam cada dia esta verdade. (…)
A todos quisera persuadir que fossem devotos desse glorioso Santo, pela grande experiência que tenho de quantos bens alcança de Deus. Não conheço pessoa que deveras lhe seja devota e lhe renda particulares obséquios, que não faça progresso na virtude. As almas que se encomendam ao seu patrocínio são muito ajudadas por ele. De alguns anos para cá, no dia de sua festa, sempre lhe peço algum favor especial. Nunca deixei de ser atendida. Se o pedido não é muito conforme à glória de Deus, ele o endireita para meu maior bem. (…)
Não sei verdadeiramente como se pode pensar na Rainha dos Anjos, no tempo em que tanto se angustiou com o Menino Jesus, sem dar graças a são José pelo auxílio que lhes prestou. Quem não encontrar mestre que o ensine a rezar tome esse glorioso Santo por mestre, e não errará no caminho. Praza ao Senhor não tenha errado em me atrever a falar nele. Embora apregoando ser-lhe devota, muito tenho faltado no seu serviço e na sua imitação.”
Livro da Vida, 6, 5-8, Paulus Editora, 1983